terça-feira, 10 de abril de 2012

Fatores que influenciam a incontinência urinária pós-parto

Existe algum ou alguns fatores que podem predizer se uma mulher vai ou não ficar incontinente após o parto? Para descobrir essa resposta um grupo de pesquisadores de Belo Horizonte, MG,  resolveu estudar o tema.

Sabe o que eles descobriram? Que a força muscular do assoalho pélvico é um desses fatores. Leia abaixo o conteúdo da pesquisa:


 O estudo teve como objetivo investigar preditores obstétricos e clínicos para o desenvolvimento de incontinência urinária de esforço após parto vaginal. O foco do estudo foi a musculatura do assoalho pélvico (MAP)

Foi feito estudo transversal e potenciais preditores de IUE foram coletados 5-7 meses após o parto em 192 mulheres primíparas. Foi feita análise estatística para verificar os preditores que alcançaram significância estatística, criando assim pontos de corte para nortear a prática clínica.


RESULTADOS: A força dos MAP foi o mais forte preditor de IUE.  Quatro fatores foram considerados preditores  e IUE pós-parto vaginal:

  • Pacientes com força dos MAP menor que 35,5 cmH2O;
  • história prévia de IUE
  • peso do bebê maior que 2,988g;
  • aparecimento de IUE durante a gestação

Os autores afirmam que dos quatro preditores identificados, três são modificáveis ​​através de fisioterapia. Eles sugerem que este tratamento poderia ser oferecido para mulheres que não tenham força suficiente tentando atingir os 35,5 cmH2O no pós-parto. Outra sugestão dos autores é um trabalho de prevenção de IUE antes e durante a gravidez.



O estudo é importante pois tenta dar dados objetivos e clínicos para que os profissionais possam prever a possibilidade de uma mulher desenvolver IUE após a gestação. Em serviços de saúde, que não contam com aparelhos para medir a força do assoalho pélvico, uma boa anamnese e uma avaliação clínica podem ser usadas para melhorar a qualidade do tratamento, com orientações adequadas sobre os exercícios e sobre os cuidados com o corpo.
Além disso todas as grávidas que passam por um tratamento fisioterapêutico passam a ter maior conhecimento do corpo, dos mecanismos de parto e do funcionamento do assoalho pélvico. Como sempre, o conhecimento e o aprendizado são ferramentas fundamentais para um tratamento de qualidade, inclusive quando se fala em gestação. 

um abraço
Juliana

quinta-feira, 5 de abril de 2012

GANHO DE PESO E INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA GESTAÇÃO

O ganho de peso durante a gravidez pode contribuir para o aparecimento da incontinência urinária  durante e após a gravidez ? Há muitos estudiosos e profissionais que afirmam isso, mas ainda falta suporte científico para comprovar essa relação. O efeito da perda de peso pós-parto para diminuir a incidência de incontinência urinária também ainda não está totalmente esclarecido. 

Para tentar achar respostas para essas questões um grupo da Noruega resolveu fazer um trabalho científico com esse tema:
 
De 1999 a 2006, os investigadores recrutaram mulheres de um serviço especializado em atendimento a gestantes. Acompanharam mulheres desse grupo durante a gravidez. 
Participaram do estudo 12,679 mulheres primíparas , que eram continentes antes da gestação.  
Os dados foram obtidos a partir de questionários respondidos na décima quinta e trigésima semana gestacional e  também 6 meses após o parto.  
Ganho de peso superior a 50% durante as 15 primeiras semanas até a semana 30 foi fracamente associado com maior incidência de incontinência.  E ganho de peso superior a 50% durante toda a gravidez não foi associado com aumento da prevalência de incontinência 6 meses pós-parto. 
  
Para cada quilo de peso perdido a partir do nascimento até 6 meses após o parto nas mulheres que eram incontinentes durante a gravidez, o risco relativo para incontinência diminuiu 2,1%. 

Conclusões deste estudo:
 
  • O ganho de peso durante a gravidez não parece ser um fator de risco para aumento da incidência ou prevalência da incontinência durante a gravidez ou pós-parto
  •  a perda de peso pós-parto pode ser importante para evitar a incontinência e recuperar a continência 6 meses após o parto.   
 Apesar de não haver associação, segundo esse estudo, todos sabem que o ideal é que a grávida não engorde demais durante a gestação. Fora a incontinência, a grávida que engorda demais terá mais risco de desenvolver diabetes, além de sobrecarregar articulações, podendo sofrer dores e incômodos que seriam evitados caso ela pegasse leve na alimentação. Sempre é uma boa alternativa consultar um bom nutricionista para receber orientações alimentares durante a gestação. Faz bem para vc e para o seu bebê. Fica a dica!!!!

abs





quarta-feira, 4 de abril de 2012

EXERCÍCIOS PARA TRATAR BEXIGA HIPERATIVA EM HOMENS

As informações abaixo foram retiradas do Journal of American Geriatric Society, uma revista científica especializada em pesquisas geriátricas. Refere-se a um trabalho comparando os efeitos de drogas e exercícios + mudanças comportamentais no tratamento da bexiga hiperativa em homens. Veja abaixo resumo publicado pela agência Reuters Health:


Um estudo recente mostrou que homens com bexiga hiperativa podem se beneficiar de exercícios do assoalho pélvico, que são muito conhecidos por ajudar as mulheres que sofrem de incontinência urinária.

A pesquisa mostrou que os exercícios funcionam tão bem como medicamentos. "O tratamento comportamental é tão eficaz quanto o tratamento medicamentoso em homens com bexiga hiperativa", disse o Dr. Jason M. Hafron, urologista no Hospital William Beaumont em Royal Oak, Michigan (ele não fez parte da pesquisa) "É mais seguro, mais barato e é eficaz. Este estudo irá aumentar a consciência de que o exercício é uma opção." 


Os pesquisadores analisaram 143 homens de meia-idade e idosos com problemas urinários. Os participantes foram divididos aleatoriamente, sendo que um grupo tomava medicamento para controlar a bexiga (oxibutinina) e outro realizava técnicas comportamentais, ambos durante 8 semanas.


As técnicas comportamentais incluíam: restringir líquidos à noite para tentar controlar o  desejo de acordar para urinar e treinar os músculos do assoalho pélvico.


Para os exercícios, os homens foram ensinados a contrair os músculos do assoalho pélvico durante 2 a 10 segundos e depois relaxá-los durante uma quantidade similar de tempo. Eles eram orientados a repetir a seqüência 45 vezes, geralmente dividida em três sessões menores durante o dia (15 repetições cada vez, por exemplo).


Durante o estudo foram feitos diários para monitorar as idas ao banheiro. Na análise dos diários após o tratamento percebeu-se que os homens de ambos os grupos diminuíram suas idas ao banheiro durante o dia. Antes do tratamento iam cerca de 11 vezes por dia ao banheiro e após o tratamento passaram  para 9 vezes por dia.  Ambos os grupos diminuíram as idas noturnas ao banheiro. Mas
aqueles que fizeram exercícios reduziram mais a noctúria (acordar muitas vezes a noite para fazer xixi) do que os que só tomaram medicamentos.

No geral, mais de 90 % dos homens disseram que ficaram totalmente ou bastante satisfeitos com ambos os tratamentos.


 Segundo o Dr. Johnson, chefe da geriatria da Universidade de Emory, em Atlanta, a nova pesquisa é uma das primeiros a testar exercícios para o assoalho pélvico em homens com problemas de controle de bexiga.


Pesquisadores estimam que cerca de um em cada seis americanos tenha bexiga hiperativa. O problema é freqüentemente diagnosticado em mulheres, mas é pouco diagnosticado em homens, porque os sintomas muitas vezes são confundidos com problemas de próstata.



A importância desse estudo é mostrar que existe alternativa para aquelas pessoas  que tem contra-indicações para usar medicamentos para incontinência, ou mesmo para aquelas em que a droga não fez efeito ou causa muito efeito colateral. E o melhor: a alternativa é fácil, simples e barata!!!

Se você é homem, tem urgência para urinar e acorda muitas vezes durante a noite com vontade de fazer xixi, você pode ter bexiga hiperativa. Procure um Urologista para fazer um diagnóstico e descartar problemas mais sérios, e se for o caso, procure um fisioterapeuta para ensiná-lo exercícios específicos e técnicas comportamentais que podem ajudar bastante.


Fonte:

Journal of the American Geriatrics Society

Volume 59, Issue 12, pages 2209–2216, December 2011