HCG: O hormônio gonadotropina coriônica (HCG) apresenta-se em altas concentrações entre a quinta e oitava semanas de gestação, estimulando o corpo lúteo, que nessa fase é o responsável pela produção de estrógeno e progesterona, hormônios importantes para a fixação e desenvolvimento do feto. Após esse período a concentração de HCG diminui, porque a placenta passa a produzir ela mesma estrógeno e progesterona. Outro papel importante do HCG é o de imunossupressor, impedindo a rejeição do feto.
PROGESTERONA: A progesterona é produzida diretamente pela placenta. Durante a gestação ela inibe a musculatura uterina, impedindo a expulsão do feto, inibe respostas de linfócitos T (impedindo a rejeição), além de promover depósito de nutrientes nas mamas para a formação do leite. Como ela promove a diminuição da atividade dos músculos das vísceras, pode ocorrer náuseas, prisão de ventre, dilatação de veias, estase de urina e falta de ar. Quando chega o período do parto ocorre diminuição na concentração de progesterona para que possa haver contrações uterinas e conseqüente expulsão do bebê.
ESTRÓGENO: O estrógeno é responsável pelo crescimento da musculatura e aumento da vascularização uterina, pelo relaxamento dos ligamentos pélvicos e dilatação dos órgãos sexuais externos, pelo aumento no tamanho das glândulas mamárias, e pelo aumento nos níveis de prolactina (para preparar as mamas para a lactação).
INSULINA: Durante a gravidez há maior produção de glicose, o que faz o pâncreas produzir mais insulina, para absorver o excesso de glicose. Essa insulina não é fabricada pela placenta, mas sim pelo pâncreas da mãe, que aumenta o tamanho e o número de células. Apesar do aumento na produção de insulina, a glicose não consegue ser tão bem absorvida, o que pode predispor a grávida ao diabetes. Há uma série de fatores que podem explicar a ação diabetogênica da gravidez:
- Se a gestante era uma portadora de diabetes em potencial, poderá ocorrer manifestação clínica na gravidez;
- A gestante diminui a tolerância a grandes quantidades de açúcar
- No final da gravidez há diminuição da utilização da glicose;
- Há aumento de resistência à insulina no final da gravidez, ou seja, a célula não absorve tão bem a glicose.
TIREÓIDE: A glândula tireóide sofre algumas alterações durante a gestação. Morfologicamente nota-se aumento da vascularização e do tamanho da glândula. A tireóide atinge muitas vezes mais que o dobro de seu peso fora do período gestacional. Durante a gestação, há um hiperfuncionamento da tireóide, que leva ao aumento do metabolismo basal da mãe e do feto (juntos aumentam em até 25%).
Como o metabolismo basal acelera, a produção de calor é aumentada, o que faz com que a gestante necessite de um aumento médio de 300 quilocalorias por dia para suprir essas necessidades metabólicas. Isso ocorre a partir do terceiro mês, até o último trimestre, voltando aos valores pré-gestacionais uma semana após o parto. Pode-se observar também um aumento do colesterol pela hiperfunção da glândula tireóide, aumento esse que não deve ser considerado anormal, já que há maior produção.
Doenças tireoidianas afetam 10% das mulheres e podem causar alto risco materno. Felizmente a maioria das gestantes respondem bem ao tratamento clínico. O hipertireoidismo acomete 0,2% das gestantes e, se não tratadas convenientemente, podem apresentar complicações como abortamento, prematuridade, morte fetal ou mesmo morte materna. A aceleração do pulso radial que excede a normalidade e que ocorre durante o sono pode ser um sinal de hipertireoidismo. Outros sinais de que a tireóide pode estar hiperfuncionante são: nervosismo, fadiga, perda de peso, transpiração noturna, intolerância ao calor, pele quente e úmida e tremores das extremidades.
PROLACTINA: A prolactina tem sua quantidade aumentada em até cinco vezes no primeiro trimestre, e vai dobrando nos trimestres seguintes. Suas funções são induzir e manter a lactação, promovendo a secreção de leite pelas glândulas mamárias. Durante o parto há uma queda da prolactina e logo após o parto há um aumento imediato.
OCITOCINA: A ocitocina é um hormônio que tem como uma de suas funções provocar contrações uterinas. Estudos em animais mostraram que irritando ou distendendo o colo uterino, como ocorre no final da gravidez, ocorre produção de um reflexo neurogênico que aumenta a secreção de ocitocina, aumentando consideravelmente as contrações uterinas.
Outra função da ocitocina é promover a ejeção ou "descida” do leite. Quando o bebê suga a mama, são transmitidos sinais sensitivos até a medula e depois para o hipotálamo, fazendo com que a hipófise libere ocitocina. Esta flui pelo sangue até as mamas, onde provoca contração de células que circundam as paredes externas dos alvéolos, esvaziando o leite em direção aos ductos.
RELAXINA: A relaxina, juntamente com estrógeno e progesterona, é a principal responsável pelo aumento generalizado na mobilidade das articulações e, conseqüentemente, pela hiperextensão destas. Estes hormônios promovem aumento da circulação sangüínea e relaxamento das articulações, o que pode facilitar a ocorrência de torções do tornozelo nas gestantes. As articulações da região pélvica (sacroilíaca, sacrococcígea e pubiana) também ficam com a mobilidade aumentada durante a gestação, e muitas vezes a mãe sente esse alargamento. É muito importante que a relaxina atue dessa forma, já que na região.
pélvica se encontra o útero e é aí que o bebê cresce, se desenvolve e deve ter espaço para passar durante o parto.
Veja na figura acima como o bebê necessita de espaço, e é para isso que a relaxina, os estrógenos e a progesterona deixam as articulações mais frouxas.
UM ABRAÇO
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