Fazendo uma revisão sobre treinamento da musculatura do assoalho pélvico achei um artigo simples e interessante para informar tanto os leigos como para quem trabalha com reabilitação e saúde e busca mais informações.
Para quem tem incontinência urinária de esforço, ou seja, perde urina quando tosse, espirra, corre ou carrega peso, por exemplo, além da cirurgia, existe a possibilidade de se fazer um tratamento menos agressivo, que chamamos de conservador.
Leia abaixo as informações do artigo:
A incontinência urinária de esforço (IUE) é comum entre as mulheres e tem um impacto negativo e significativo na rotina e na qualidade de vida delas. Apesar da cirurgia para correção da incontinência ser muito utilizada, muitas mulheres preferem uma opção conservadora para evitar a recorrência da incontinência a longo prazo ou mesmo para evitar complicações que podem ocorrer depois de intervenções cirúrgicas. Além disso, algumas mulheres não são elegíveis para a cirurgia ou preferem adiá-la. Vou trazer uma série de posts baseados nesse artigo sobre cada uma das técnicas.
A primeira delas é a mais comum e mais fácil de qualquer pessoa fazer..... o Treinamento da Musculatura do Assoalho Pélvico:
Parte I) Treinamento da musculatura do assoalho pélvico
A ação dos músculos do assoalho pélvico promove o fechamento uretral e a sustentação dos órgãos pélvicos. Quando adequadamente realizado, o treinamento restaura a capacidade de contração desses músculos de uma forma programada e coordenada e, portanto, melhora ou recupera a continência.
Uma revisão sistemática de 12 estudos (envolvendo 672 mulheres) mostrou que mulheres que se submeteram ao treinamento apresentaram melhor qualidade de vida, menos episódios de incontinência por dia e menor volume de perda urinária do que mulheres do grupo controle, que não se exercitou sistematicamente. Sabe-se também que para os treinamentos terem bons resultados o ideal é que eles sejam supervisionados por fisioterapeuta e que as pacientes estejam motivadas !!!
Em relação à forma de treinar, individualmente ou em grupo, não há diferença, ambos trazem efeitos positivos. Mas uma revisão de literatura da Cochrane publicada recentemente comparou o treinamento da musculatura com abordagens diversas para incontinência, mostrando que a supervisão regular (por exemplo, semanalmente) combinada com sessões de grupos pode contribuir para o êxito do treinamento.
Poucos estudos relataram os resultados do treinamento a longo prazo. as pesquisadoras Bo e Talseth examinaram 23 mulheres, cinco anos após o término do treinamento e encontraram um índice de satisfação de 70%, com a mesma % de mulheres exercitando os músculos do assoalho pélvico, pelo menos uma vez por semana; 75% não apresentaram perdas durante teste de esforço com a força muscular do assoalho pélvico mantida.
Outros autores (Cammu e colaboradores) mostraram que, quando o treinamento é inicialmente bem-sucedido existe uma chance de 66% que o resultado favorável vá persistir por pelo menos 10 anos.
Finalizando os autores falam que o treinamento não é invasivo, com efeitos colaterais insignificantes, baixos custos e deve ser sugerido como uma opção de primeira linha no tratamento da incontinência urinária de esforço.
Minha Opinião: acho o tratamento conservador com exercícios ótima opção, mas faltam estudos que mostrem a melhor metodologia para aplicação da técnica. Não existe nenhum estudo científico bem conduzido comprovando qual a melhor freqüência de treinos, número ideal de contrações e séries por dia e a melhor maneira de executar os exercícios. Na prática clínica vemos muitas formas diferentes de aplicação do treinamento, que no geral acabam dando bons resultados.
Acredito que o maior benefício ocorre quando os pacientes aprendem a maneira correta de acionar esses músculos, principalmente nas situações que promovem aumento da pressão abdominal e acabam exigindo mais do esfíncter. De qualquer maneira aguardamos resultados de novos estudos definindo a melhor maneira de treinar o assoalho pélvico.
Enquanto isso, para você que tem esse problema e quer fazer um tratamento conservador, procure um fisioterapeuta especializado, para que ele possa garantir que você faça um treino individualizado e correto!!!!
No próximo post falaremos de cones vaginais!!!! Não perca.......
abs
o artigo na íntergra está em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3289701/
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