sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Tratamento Conservador da Incontinência Urinária: cones vaginais - Parte II


 

Olá pessoal,
hoje vamos continuar a série de alternativas conservadoras para o tratamento da incontinência urinária de esforço (IUE).
O tema de hoje são os cones vaginais, conforme bibliografia que eu cito no final do artigo.
Vamos lá:
Cerca de 30% das mulheres são incapazes de realizar contrações voluntárias do assoalho pélvico corretamente. Segundo os autores pesquisados, os cones vaginais produziriam uma contração involuntária da musculatura do assoalho pélvico em resposta ao peso/presença do cone na vagina. Dessa maneira o cone favoreceria o fortalecimento e a coordenação dos músculos do assoalho pélvico, o que consequentemente auxiliaria o tratamento da IUE.
 Os cones são dispositivos que  normalmente são inseridos com facilidade e possuem a vantagem de serem usados ​​sem supervisão, em casa. As mulheres são instruídas a inserir o cone mais pesado que podem manter  quando estão em pé e se movimentando. Esse peso pode ser aumentado gradualmente, conforme a mulher vai adquirindo mais habilidade, resistência  e força. 


Geralmente, as instruções são usar o cone uma a duas sessões de 15 minutos por dia, durante um mês ou mais.
A duração do tratamento ainda é um tema controverso na literatura. Segundo os autores a eficácia dos cones vaginais seria semelhante à dos exercícios para o assoalho pélvico. Peattie e colaboradores avaliaram 30 pacientes que utilizaram cones vaginais: 70% referiram estar completamente secas ou terem melhorado em relação à perda urinária após um mês de tratamento.
 Os efeitos colaterais, como dor vaginal e aumento da secreção vaginal, foram relatados  por 10% das mulheres tratadas em um outro estudo, sem necessidade de interrupção do tratamento. 
 Uma revisão sistemática com 17 estudos (incluindo 1484 mulheres) sobre o uso de cones vaginais para o tratamento da IUE concluiu que o uso de cones vaginais é melhor do que nenhum tratamento ativo, apresentando eficácia semelhante à do treinamento muscular. No entanto, os autores ressaltaram que a taxa de abandono nesses estudos foi relativamente alta (média de 25%), sugerindo que esta modalidade nem sempre é bem aceita entre os pacientes.

Minha opinião: os cones são uma alternativa para que as pacientes possam exercitar de modo diferente o assoalho pélvico em casa, sem a necessidade de supervisão de um fisioterapeuta. Muitas vezes ele serve como um motivador. Não acredito que o uso do cone seja uma sobrecarga tão efetiva para o fortalecimento desses músculos, mas acredito que a presença deles no canal vaginal funciona como um estímulo proprioceptivo, sensorial, que faz a mulher lembrar de contrair esses músculos, principalmente nas situações de aumento de pressão abdominal, que são as que causam perdas urinárias. Elas contraem para evitar que o cone caia, e isso é positivo. 

Fonte: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3289701/

Aguardem o próximo post, sobre o uso do biofeedback para treinar a musculatura!!!!

abs

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