abs a todos!!!!
"Se estatísticas  produzidas pela American Cancer Society, dos Estados Unidos, forem  válidas para o nosso país, em 2010 cerca de 127 mil brasileiros serão  atingidos pelo câncer da próstata e 18,8 mil morrerão em decorrência da  enfermidade."
Shakespeare dizia que o passar dos anos produzia  nos homens sensações inevitáveis, as pernas cada vez mais finas dançavam  desconcertadas dentro de calças cada vez mais folgadas, o corpo  combalido se mantinha alheio aos pedidos da alma e do coração.  Esqueceu-se de falar dos incômodos da próstata.
Uma glândula emblemática, que nos jovens tem o  papel triunfal de alimentar e manter vivos os espermatozoides e, com  isso, perpetuar a espécie. Mas que no homem maduro é responsável por um  tormento de consequências negativas para a qualidade e quantidade de  vida de seus portadores: o câncer da próstata. O mal surge em cerca de  10% dos homens com 50 anos, 30% daqueles com 70 anos e 100% dos que  chegarem aos 100 anos de idade.
A grande prevalência do câncer da próstata, que não  poupa nenhum agrupamento humano, e a consternação decorrente das vidas  tolhidas, tem gerado discussões emocionadas e um fluxo incontrolável de  notícias, algumas bem postadas, outras imperfeitas e aflitivas. Por  isso, escrevo sobre o tema, com a esperança íntima de atenuar angústias e  apontar os caminhos resgatadores para os envolvidos nesse enredo.
Frequência
O câncer da próstata representa a doença maligna  mais frequente nos homens e sua incidência vem aumentando nos últimos  anos em decorrência de três fatores: a introdução em clínica das  dosagens de PSA, maior expectativa de vida dos homens e  aumento real da  frequência da doença, por motivos ignorados.
Se estatísticas produzidas pela American Cancer  Society, dos Estados Unidos, forem válidas para o nosso país, em 2010  cerca de 127 mil brasileiros serão atingidos pelo câncer da próstata e  18,8 mil morrerão em decorrência da enfermidade.
Ainda, segundo a mesma instituição, 16% dos homens  que atualmente têm mais de 50 anos desenvolverão esse câncer se forem  acompanhados até o fim da vida. Contrapondo-se a esses números  incômodos, vale lembrar dados dessa mesma instituição, concluindo que,  quando a doença é descoberta a tempo, alojada dentro da glândula, apenas  um de cada 14 pacientes acometidos pelo mal morrerá por ela. A  conclusão óbvia é que a maioria dos pacientes sobrevive ao câncer,  alguns por portarem tumores indolentes que não progridem, muitos outros  graças às ações médicas reparadoras.
"O mal surge em cerca de 10% dos homens com 50 anos, 30% daqueles com 70 anos e 100% dos que chegarem aos 100 anos de idade" 
A frequência do câncer da próstata varia  geograficamente, com áreas de maior ou menor prevalência. Países do  norte da Europa apresentam a maior incidência mundial da doença, ao  passo que em países do Extremo Oriente a frequência do problema é de 6 a  25 vezes menor.
Diferenças no consumo de gordura animal talvez  expliquem essas variações geográficas, já que a ingestão de alimentos  com alto teor de gordura é elevada na Escandinávia. Para confirmar essa  suspeita, o grupo do Dr. William Fair, de Nova York, realizou um  experimento com camundongos portadores de câncer da próstata. Decorrido  algum tempo, o volume do tumor foi três vezes maior nos animais que  receberam dieta com 40% de gordura do que naqueles cujo teor de gordura  era de 2,3%.
O câncer da próstata apresenta duas características  bem peculiares. A sua incidência aumenta com a idade, não poupando  nenhum homem que viver até 100 anos.
Além disso, o câncer da próstata é encontrado em um  número elevado de indivíduos, sem lhes causar qualquer mal. Por  exemplo, o estudo da próstata em necrópsias de homens com idade entre 61  e 70 anos que faleceram sem doença prostática aparente revela focos do  tumor em 24% deles. Contudo, apenas 11% deles apresentam, em vida,  manifestações clínicas relacionadas com o câncer.  Em outras palavras,  13% dos tumores nesse grupo etário têm um caráter indolente, não chegam a  se manifestar em vida e os seus portadores morrem por outros motivos,  com o câncer, mas não pelo câncer.
* Miguel Srougi é  professor titular de urologia da Faculdade de Medicina da USP  (Universidade de São Paulo), pós-graduado em urologia pela Harvard  Medical School, em Boston
Boa semana a todos
abs
Juliana
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